Como fazer redação - parte 1: os tipos e gêneros textuais

A partir de hoje, traremos dicas, duas vezes por semana, para que você produza a melhor redação. Começamos com a diferença entre os principais tipos de texto para que você não se engane na hora de escrever.

Para escrever, primeiro é preciso pensar e entender o que devemos escrever

Escrever redação é um desafio e tanto, mas não é um bicho de sete cabeças. O primeiro passo para fazer uma boa redação é olhar bem o enunciado e entender bem que tipo e gênero de texto que estão sendo pedidos.

Os tipos são uma divisão mais abrangente, que diz respeito ao conteúdo do texto que está sendo produzido. Os gêneros se encaixam dentro dos tipos, de acordo com a função social e a necessidade de cada texto, inclusive do ponto de vista da forma.

Os textos geralmente são divididos pelos especialistas em: cinco tipos:

• narrativo

• dissertativo

• expositivo

• injuntivo

• descritivo

Agora, vamos entender um pouco cada um desses tipos e entender quais os gêneros que fazem parte dele:

Narrativo

O texto narrativo serve para contar alguma coisa a alguém, desde a fofoca rápida a um romance quilométrico como Guerra e Paz, de Tolstoi, ou Ulysses, de James Joyce.

Ele pode ainda ser ficcional (ou seja, histórias inventadas ou inspiradas na realidade, mas com mudança nos nomes e uma ou outra adaptação na história) ou real (o que a gente deveria ver em veículos jornalísticos, ou seja, histórias verdadeiras).

Entre os gêneros textuais ligados ao tipo narrativo estão: conto, fábula, novela, romance, crônica, peça teatral, notícia, reportagem, perfil, biografia, entre outros.

Dissertativo

O texto serve para exprimir opinião sobre alguma coisa – inclusive sobre textos narrativos ou outras produções culturais e artísticas. Mas não basta apenas opinar: é preciso embasar essa opinião a partir de dados e fatos concretos. Também podem ser discutidos temas da realidade social, política e econômica do Brasil e do mundo.

O gênero mais famoso para o estudante é a dissertação, que aparece no Enem e nos principais exames seletivos, e sobre a qual nos aprofundaremos nos próximos textos. Mas também podem aparecer entre os possíveis exercícios: carta argumentativa, carta do leitor, resenha, crítica ou artigo de opinião.

Expositivo

O texto expositivo serve para apresentar um assunto em detalhes, mas, ao contrário do texto dissertativo, sem emitir nenhum tipo de opinião. Este texto aqui, por exemplo, é um texto expositivo sobre os tipos e gêneros textuais.

Esse tipo de texto pode ser encontrado em palestras, conferências e verbetes de enciclopédia, entre outros. Além disso, características do texto expositivo servem para enriquecer os outros textos, especialmente os dissertativos – é a isso que me refiro quando falo de dados e fatos concretos para embasar a opinião.

Injuntivo

O texto injuntivo é o famoso texto de manual de instruções, que explica coisas passo a passo (por isso também é chamado por alguns autores de texto instrucional). Além disso, a gente pode encontrar textos assim em guias e livros de receita. Esses textos hoje são muito comuns na internet, inclusive em formato de vídeos tutoriais no YouTube.

Descritivo

O texto descritivo, como o próprio nome diz, é aquele que descreve características de alguma coisa ou pessoa. Ela pode ser física, quando se trata de dizer que uma casa é amarela ou uma pessoa é alta e veste camisa azul. Ou então psicológica, quando descreve características do caráter ou temperamento de alguém, ou sobre as sensações que determinada pessoa ou lugar despertam no personagem ou no narrador.

Além de aparecer em currículos, cartas de apresentação e anúncios classificados, o tipo descritivo pode ser utilizado para enriquecer os textos narrativos e torna-los mais atraentes para o leitor, pois permitem que ele use a imaginação para formar em sua mente os personagens e espaços onde a história se passa.

ATENÇÃO: tipos textuais não são fórmula matemática nem uma ciência exata. Como vimos, eles muitas vezes se misturam no mesmo texto final. Uma boa dissertação mistura características expositivas e dissertativas, assim como um conto sem elementos descritivos torna-se uma narrativa de menor qualidade.

Assim, mais importante do que decorar nomes e características de cada um é entender como eles funcionam, a fim de saber a melhor forma de produzir o texto a partir da sua necessidade (ou do pedido do exame seletivo).

Nos próximos textos, a gente vai começar a falar mais a fundo da dissertação. A ideia é domar esse bicho que parece um monstro de sete cabeças, mas, na verdade, é só um bichinho fofinho e um pouco rebelde, que pode ser muito para a vida da gente.

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