“Mas” e “mais”: quando usar sem se confundir
- Fernando Cesarotti
- 18 de fev. de 2022
- 2 min de leitura
Erro de fácil compreensão expõe importância do contexto no uso da língua

Um dos erros mais comuns em conversas de Whatsapp e nas legendas de vídeos nas redes sociais de vídeos curtos, como o Tiktok e o Kwai, é a confusão entre “mas” e “mais”. Então, vamos rapidamente explicar a diferença entre um e outro.
“Mas” é uma conjunção adversativa, ou seja, uma palavra que cria uma relação de sentido de divergência entre duas orações relacionadas entre si criando um sentido de divergência. Exemplo: “Saí cedo de casa para chegar adiantado ao trabalho, mas o pneu do carro furou e acabei me atrasando”.
“Mais” é um advérbio de intensidade, ou seja, uma palavra que acompanha um verbo ou substantivo a fim de construir sentido de acréscimo ou de amplitude. Exemplo: “Preciso de mais batatas para fazer o purê” ou “Não gosto mais de ouvir esta banda”.
Até aí é muito simples: são classes gramaticais diferentes, oferecem sentidos distintos, em tese não haveria motivo para erro. Mas, mesmo assim, causam muita confusão por causa da similaridade fonética. Afinal, é praticamente impossível pronunciar a palavra “mas” sem aquele “i” maroto. Nesse caso, o erro acaba uma influência exagerada da linguagem falada sobre a escrita.
Linguagem culta x linguagem popular
E aí entramos num capítulo muito importante da discussão sobre o uso da língua: o contexto. Numa conversa entre amigos no zap ou acompanhando uma dancinha bobs, não há nenhum problema em cometer deslizes linguísticos. Em tipos de conversa em que predomina a linguagem popular, seu único risco é pagar mico e ter que aturar trolagem dos amigos ou nos comentários do vídeo.
Mas... quem erra uma vez pode errar outras. E quem erra em brincadeiras pode vacilar em contextos mais sérios: numa resposta a um e-mail com oferta de emprego ou num trabalho escolar valendo nota, por exemplo. É quando predomina a norma culta: neste caso, é importante que o texto esteja perfeito gramaticalmente.
Então, fique ligado. E, na hora de ilustrar sua dancinha ou de mandar aquela letra no grupo da escola no zap, lembre-se: mas é uma coisa, mais é outra.
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